Introdução ao uso do Linux

Conceitos básicos e instalação

Fernando de Pol Mayer & Luiz Ricardo Nakamura
ESALQ/USP - 02 e 03 de Setembro, 2013

Plano do curso

  • Software Livre
  • O Sistema Operacional GNU/Linux
    • Sistema Operacional
    • Linux
      • Características
      • Principais distribuições
        • Ubuntu
      • GUIs (interfaces gráficas)
      • Estrutura de diretórios
      • Contas de usuários
      • O Terminal
  • Instalação do Ubuntu
    • Tipos de partições
    • Sistemas de arquivos
    • O que fazer depois da instalação

Software Livre

Software Livre

Richard Stallman - Projeto GNU (1983)

Software Livre

Linus Torvalds - Linux (1991)




GNU + Linux = GNU/Linux



Software Livre

O que é software livre?

  • Software que pode ser utilizado, estudado e modificado sem restrições
  • Pode ser copiado e redistribuido (modificado ou não)
  • A redistribuição tem uma única restrição: assegurar que os receptores tenham a mesma liberdade
  • Para isso é necessário que os desenvolvedores (ou modificadores) disponibilizem o código fonte!




Atenção!


Não confundir software livre com software grátis


Livre como em “liberdade de expressão”, não grátis como “cerveja grátis”

Software Livre

Um software só é considerado livre quando é possível ter as 4 liberdades

  1. Liberdade para usar o programa para qualquer propósito
  2. Liberdade para estudar como o programa funciona, e modificá-lo para sua necessidade
  3. Liberdade para redistribuir cópias (e ajudar o seu vizinho)
  4. Liberdade para aprimorar o programa, e redistribuí-lo para que todos se beneficiem

Software Livre

Licenças livres

  • GNU General Public License (GPL)
  • BSD License
  • Mozilla Public License
  • MIT License
  • Apache License

Software Livre

Exemplos de software livre que você já usa

  • R!
  • OpenOffice
  • Firefox, Thunderbird
  • Google Chrome (no Linux é Chromium)
  • \(\LaTeX\)

Software Livre

Software Livre


Você!


A internet e a WWW surgiram do mesmo movimento e princípios do software livre


Hoje em dia a grande maioria dos sites usa o servidor Apache e banco de dados POSTGRES para funcionar

Software Livre

Vantagens do software livre

  • Projetos colaborativos: pessoas com experiências e visões diferentes contribuem para o benefício comum
  • Segurança: Given enough eyeballs, all bugs are shallow
  • Qualidade: o que é melhor, 12 ou 1M desenvolvedores?
  • Sem “caixa preta”: transparência
  • Flexibilidade: você decide o que usar e quando usar
  • E também é de graça!

Software Livre

Porque devo me importar?

  • Por todas as vantagens acima
  • Como cientistas
    • Devemos ser transparentes em nossas pesquisas
    • Temos que reportar aquilo que estamos fazendo
    • Temos que provar os resultados que obtemos
    • Nossa pesquisa tem que ser reproduzível

Software Livre

Ciência (Estatística) aberta

Um exemplo: FOAS

O Sistema Operacional GNU/Linux

Sistema Operacional

  • É um conjunto de programas que fazem a interface entre o usuário e o hardware
  • Sua principal função é o gerenciamento de recursos e periféricos, interpretação de mensagens e execução de programas
  • Um SO pode ser dividido em duas partes:
    • Núcleo ou kernel desempenha as funções vitais do sistema (baixo-nível) \(\rightarrow\) Linux
    • Concha ou Shell é a interface entre o usuário e o kernel. Pode ser em um formato "cru" como a linha de comando ou mais amigável com janelas gráficas \(\rightarrow\) GNU
  • O conjunto de kernel Linux e dos programas GNU é o sistema operacional que chamamos de GNU/Linux (ou simplesmente Linux)

Linux

Principais características

  • Livre e desenvolvido voluntariamente por programadores experientes, hackers, e contribuidores espalhados ao redor do mundo
  • Convive pacificamente com outros sistemas operacionais no mesmo computador (embora não seja a melhor opção...)
  • Multitarefa e multiusuário
  • Modular: carrega apenas o necessário e libera memória após a utilização
  • Não há a necessidade de reiniciar o sistema após a modificar alguma configuração ou instalar programas (apenas na atualização de kernel)

Linux

Principais características

  • Roda confortavelmente em sistemas de baixo desempenho (processadores antigos, pouca memória RAM)
  • Não é vulnerável à vírus! Devido à separação de privilégios clara entre usuário e administrador, vírus possuem uma ação muito limitada, por isso são inúteis. (Esqueça o anti-vírus!)
  • Suporte completo e nativo a diversos dispositivos de comunicação (USB, Bluetooth, ...)
    • Raramente serão necessários drivers externos (com excessão de tecnologias muito novas)
  • Os sistemas de arquivos usados pelo GNU/Linux (Ext3, reiserfs, ...) organizam os arquivos de forma inteligente evitando a fragmentação, tornando um poderoso sistema para aplicações exigentes e gravações intensivas. (Esqueça o desfragmentador!)

Linux

Distribuições do Linux

  • Devido à sua liberdade, um grupo de pessoas, empresa ou organização pode decidir distribuir uma versão do Linux com diferentes características
    • Facilidade de uso
    • Foco em desempenho
    • Agrupar programas de interesse (programação, edição gráfica, ...)
  • Cada distribuição tem uma característica própria como o sistema de instalação, objetivo, ..., embora todas apresentem a mesma estrutura básica do Linux

Distribuições do Linux

Ubuntu

Ubuntu

Origem

  • Termo Africano para "humanidade para os outros"
  • Uma distribuição Linux baseada na simplicidade, usabilidade e fácil instalação
  • Baseado na distribuição Debian, e patrocinada pela empresa Canonical
  • Hoje é mantida pela (ampla) comunidade, apoiada pela Canonical

Ubuntu

Características

  • Novas versões lançadas a cada 6 meses (em maio e outubro)
    • Suporte (atualizações) mantido por 9 meses nas versões normais, e por 5 anos nas versões LTS (Long Term Support)
  • Central de programas com mais de 40000 pacotes disponíveis (incluindo R, \(\LaTeX\), \(\ldots\))
  • Funciona "Live": através de um pen-drive ou DVD, sem necessidade de instalação
  • Diversos "sabores":

Linux

GUIs (Graphical User Interface)

Diversas cascas (shell) existem para o Linux. Algumas das principais são:

Além, é claro, do terminal, onde você possui uma interação mais "direta" com o kernel (veremos adiante).

Aqui você também tem a opção de escolha!


Conheça o Ubuntu 12.04 LTS e sua interface Unity





Procure, abra e mexa:

Linux

Estrutura básica de diretórios

O mais importante: no Linux os diretórios são separados por / e não por \ como no Windows

  • Além disso, uma / (barra sozinha) tem um significado especial: é a raíz de todo o sistema, ou seja, todos os diretórios começam a partir dela.

Alguns dos principais diretórios são:

  • /bin: arquivos executáveis de programas
  • /boot: arquivos de inicialização do sistema
  • /etc: arquivos de configuração
  • /usr: arquivos de programas (a maior parte)
  • /home: arquivos pessoais do usuário

Estrutura básica de diretórios








Não há lugar como o nosso /home

Linux

O diretório /home

  • O único diretório que você terá acesso (permissão de leitura e gravação) como usuário comum
  • Cada usuário (em um mesmo computador) possui seu diretório no /home, completamente independente um do outro
    • /home/fernando
    • /home/nakamura
  • Cada usuário possui um nome e uma senha para login
  • Arquivos de configuração pessoais ficam sempre em /home/usuario

Linux

Contas de usuários

  • Um conceito fundamental no Linux é a distinção clara entre usuário comum e o usuário root, ou o super-usuário
  • O usuário root é único, e ocupa o posto mais alto na hierarquia de permissões (pode fazer tudo!)
  • Os usuários comuns (no plural) possuem ações limitadas (por exemplo, não podem instalar programas) e acesso apenas ao /home
  • Para um (ou mais) usuários pode ser atribuído os privilégios do root \(\rightarrow\) são os sudoers (este é o padrão adotado pelo Ubuntu)

Esse é um dos motivos da grande segurança proporcionada pela Linux!

A fisionomia dos super-usuários

O Terminal

Linux

Terminal

  • O terminal (ou shell) é um interpretador de comandos que permite a interação entre o usuário e o sistema de uma forma mais direta

Linux

Terminal

  • O terminal padrão do Linux é o Bash, mas existem outros (sh, zsh, ...)
  • Um terminal pode ser:
    • Interativo: comandos são digitados e imediatamente executados
    • Não interativo: comandos são organizados em um script e depois executados (shell script)
  • Um terminal pode ser aberto como um programa comum na interface (GUI) do Linux
  • Ou, sem interface gráfica através dos comandos <Ctrl><Alt><F1>
    • Do <F1> ao <F6> são terminais independentes
    • A interface gráfica fica no <F7>

Linux

Abra um terminal (na GUI):

aluno@ubuntu:~$
  • Tudo que está antes de : é o usuário logado (aluno) e o nome da máquina (ubuntu)
  • Depois de : fica o diretório atual
    • O símbolo ~ é um atalho (alias) para /home/usuario
  • Veja:
    • pwd mostra o diretório atual
    • ls lista os diretórios e arquivos presentes no diretório atual
    • whoami (em caso de dúvida existencial...)

Linux

Terminal

  • Em caso de dúvida sobre como funciona um comando ou sua utilidade, abra a página de ajuda com o man. Por exemplo,
aluno@ubuntu:~$ man ls
  • Navegue com as setas e aperte q para sair e voltar ao terminal
  • Muitas opções podem ser passadas a um comando, sempre precedidas de -, e com um espaço. Por exemplo
aluno@ubuntu:~$ ls -l
  • A opção (flag) -l faz com que a saída do ls seja em formato de lista

Linux

Terminal

Mais opções podem ser passadas ao mesmo tempo. Por exemplo

aluno@ubuntu:~$ ls -lah

Estas três opções juntas fazem com que o ls:

  • Retorne uma lista l
  • Mostre os arquivos ocultos a (ou --all)
  • Mostre os tamanhos dos arquivos em formato para humanos h

Importante!

Arquivos ocultos

  • Um arquivo (ou diretório) oculto no Linux é simplesmente um arquivo que contém um ponto (.) na frente do nome.
  • Por exemplo:
    • arquivo.txt é um arquivo normal
    • .arquivo.txt é um arquivo oculto
  • Normalmente são utilizados para arquivos de configuração
  • No Nautilus, aperte <Ctrl><h> para habilitar/desabilitar a visualização destes arquivos

Linux

Terminal

A saída do comando ls -lah mostra uma série de resultados interessantes. Por exemplo:

fernando@kirk:~$ ls -lah
total 11M
drwxr-xr-x 42 fernando fernando 4,0K Ago 30 15:24 .
drwxr-xr-x  4 root     root     4,0K Jul 25 22:59 ..
drwx------  3 fernando fernando 4,0K Ago 30 12:37 .dropbox
drwx------ 31 fernando fernando 4,0K Ago 30 12:37 Dropbox
drwxr-xr-x 13 fernando fernando 4,0K Ago 27 22:29 Music
-rw-rw-r--  1 fernando fernando   47 Jul 26 04:12 .Renviron
-rw-rw-r--  1 fernando fernando  780 Ago 22 14:23 .Rprofile
drwxrwxr-x  9 fernando fernando 4,0K Ago  6 14:08 Ubuntu One
drwxr-xr-x  4 fernando fernando 4,0K Ago 28 00:58 Videos

Linux

Terminal

De trás pra frente temos

  • O nome do arquivo ou diretório
    • Um ponto . significa este diretório
    • Dois pontos .. representa o diretório acima
  • A data de última modificação
  • O tamanho do arquivo, em Kb, MB ou GB (porque usamos a opção h)
  • O dono (usuário) do arquivo/diretório e o grupo ao qual pertence
    • Normalmente um usuário pertence à vários grupos que dão acesso à arquivos comuns (não iremos nos aprofundar em permissões de grupos)
  • O número de arquivos contidos em um diretório (para arquivos será sempre 1)
  • As permissões de acesso

Linux

Permissões

A primeira coluna mostra as permissões para cada arquivo/diretório, e funciona assim:


  • O primeiro string mostra se é um diretório d ou um arquivo comum -
  • Os outros 9 caracteres são divididos em três grupos, referente às permissões de usuário (dono), do grupo, e demais usuários

Linux

Permissões

As permissões para o usuário, grupo e demais podem ser

Caracter Permissão
r Permissão de leitura (read)
w Permissão de escrita (write)
x Permissão de execução (execute)
- Permissão desabilitada

Linux

Permissões

Dessa forma,

drwxr-xr-x 13 fernando fernando 4,0K Ago 27 22:29 Music
-rw-rw-r--  1 fernando fernando  780 Ago 22 14:23 .Rprofile
  • Music é um diretório (d), do usuário fernando, do grupo fernando
    • O dono possui permissão de gravação, escrita e execução (rwx)
    • O grupo e os demais possuem permissão de leitura e execução (r-x)
  • .Rprofile é um arquivo comum (-) (e oculto!)
    • O dono e o grupo possuem permissão de leitura e gravação (rw-)
    • Os demais possuem permissão de leitura apenas (r--)

Linux

Terminal

Para mudar de diretório, use o comando cd (change directory)

aluno@ubuntu:~$ cd Documentos
aluno@ubuntu:~/Documentos$

Note que Documentos é um diretório que está em /home/aluno. Como você já está em /home/aluno não é necessário especificar todo o caminho novamente, mas esse comando é equivalente a

aluno@ubuntu:~$ cd /home/aluno/Documentos

Ou

aluno@ubuntu:~$ cd ~/Documentos

Tente a seguinte sequência de comandos:

Um # é um comentário

cd /
pwd
ls
cd /home
pwd
ls
cd /usr
pwd
ls
cd # O que acontece aqui?
pwd
ls
cd ~ # E aqui?
pwd
ls

Agora veja

aluno@ubuntu:~$ cd Documentos
aluno@ubuntu:~/Documentos$ pwd
/home/aluno/Documentos
aluno@ubuntu:~/Documentos$ cd ..
aluno@ubuntu:~$ pwd
/home/aluno
aluno@ubuntu:~$ cd -
aluno@ubuntu:~/Documentos$ pwd
/home/aluno/Documentos


  • cd .. volta um diretório acima (lembra do .. no ls -lah?)
  • cd - volta para o último diretório visitado

Linux

Terminal

Para criar um diretório, use o comando mkdir (make directory)

aluno@ubuntu:~$ ls
aluno@ubuntu:~$ mkdir curso_linux
aluno@ubuntu:~$ ls
aluno@ubuntu:~$ cd curso_linux
aluno@ubuntu:~/curso_linux$ ls

Importante!

Nomes de comandos e diretórios

  • Os nomes de comandos são case-sensitive, ou seja

ls \(\neq\) Ls \(\neq\) LS

  • Os nomes de diretórios e arquivos são case-sensitive, portanto

curso_linux \(\neq\) Curso_linux \(\neq\) Curso_Linux \(\neq\) CURSO_LINUX

  • Note que você pode ter o mesmo nome de diretório capitalizado diferente em um mesmo lugar, mas serão independentes

  • Os nomes de diretórios e arquivos podem conter espaços (ex.: curso linux), mas você realmente não vai querer fazer isso

  • Use o <Tab> para autocompletar comandos e nomes de arquivos/diretórios!

Linux

Terminal

Para remover um diretório, use o comando rm (remove)

aluno@ubuntu:~$ rm -r curso_linux
aluno@ubuntu:~$ ls
  • A opção -r é necessária para remover recursivamente um diretório
  • Se o diretório estiver vazio, podemos usar apenas rmdir curso_linux

Cuidado! Remover pelo terminal não tem volta!

Linux

Terminal

Para criar um arquivo de texto, podemos usar o gedit

aluno@ubuntu:~$ mkdir curso_linux
aluno@ubuntu:~$ cd curso_linux/
aluno@ubuntu:~/curso_linux$ ls
aluno@ubuntu:~/curso_linux$ gedit arquivo.txt &
  • Escreva alguma coisa, salve e feche o programa
  • Note o & no final do comando: ele serve para executar e retornar para a linha de comando (caso contrário, o terminal ficaria "ocupado")

    O comando gedit também pode ser usado para abrir arquivos de texto já existentes

Linux

Terminal

Para copiar um arquivo usamos o cp (copy-paste) que tem a seguinte sintaxe

cp <arquivo original> <arquivo cópia>

Por exemplo, para copiar arquivo.txt de /home/aluno/curso_linux para /home/aluno/Documentos

aluno@ubuntu:~/curso_linux$ cp arquivo.txt /home/aluno/Documentos

Note que qualquer um destes comandos faria a mesma coisa

cp arquivo.txt ~/Documentos
cp arquivo.txt ../Documentos

Linux

Terminal

Para copiar um arquivo de um diretório para o atual, por exemplo

aluno@ubuntu:~/curso_linux$ cd ../Documentos
aluno@ubuntu:~/Documentos$ cp ~/curso_linux/arquivo.txt .
  • Note que o ponto . no final representa o diretório atual

Para copiar todos os arquivos de um diretório para outro

aluno@ubuntu:~/Documentos$ cd
aluno@ubuntu:~$ cp curso_linux/* Downloads
  • O asterisco * dentro de um diretório significa "tudo" que estiver dentro dele

Linux

Terminal

Para mover um arquivo entre diretórios usamos o mv (move), que possui a mesma sintaxe e funciona da mesma forma que o cp. Por exemplo

aluno@ubuntu:~$ mv curso_linux/arquivo.txt .

O comando mv também serve para renomear um arquivo, se for aplicado no mesmo diretório. Por exemplo, para renomear arquivo.txt para arquivo_curso.txt

aluno@ubuntu:~$ mv arquivo.txt arquivo_curso.txt

Linux

Terminal

Para remover um arquivo qualquer, usamos o rm novamente

aluno@ubuntu:~$ rm arquivo_curso.txt

Para remover todos os arquivos de um diretório, mas sem remover o diretório em si também usamos o *

aluno@ubuntu:~$ rm curso_linux/*

Novamente cuidado! O rm vai remover tudo sem nenhum aviso e sem possibilidade de restauração!

Linux

Alguns comandos úteis para arquivos de texto

# mostra o tipo de arquivo, codificação de carecteres, ...
aluno@ubuntu:~$ file arquivo.txt 
# imprime na tela todo o conteúdo do arquivo
aluno@ubuntu:~$ cat arquivo.txt 
# imprime as 10 primeiras linhas
aluno@ubuntu:~$ head arquivo.txt 
# imprime as 10 últimas linhas
aluno@ubuntu:~$ tail arquivo.txt 

Exercícios

  1. Visite os seguintes diretórios, utilizando o comando cd, use pwd para conferir o local e ls para listar o conteúdo
    • /home, /proc, /boot, /usr/bin
  2. Em /home/aluno crie um diretório com seu nome e
    1. Entre nesse diretório e crie um novo diretório chamado curso_linux
    2. Crie um arquivo de texto (teste.txt) com algum conteúdo
    3. Crie outro arquivo de texto oculto (.oculto.txt)
    4. Copie teste.txt para o seu diretório curso_linux
    5. Copie teste.txt para o diretório ~/Documentos
    6. Renomeie teste.txt para delete.txt
    7. Mova delete.txt para o diretório curso_linux
    8. Remova o diretório curso_linux
    9. O que sobrou no diretório com seu nome?

Resolução do exercício 2

Assumindo que você está em /home/aluno a sequência de comandos seria

mkdir fernando
cd fernando
mkdir curso_linux
gedit teste.txt &
gedit .oculto.txt &
cp teste.txt curso_linux
cp teste.txt ~/Documentos
mv teste.txt delete.txt
mv delete.txt curso_linux
rm -r curso_linux
ls -la
# deve sobrar apenas .oculto.txt

Desafio

Baixar e instalar o Rgedit plugin

  1. Baixar o código fonte em http://rgedit.sourceforge.net
  2. Descompactar o arquivo pelo terminal
    • Dica: tar -jxvf <arquivo.tar.bz2>
  3. Entre no diretório descompactado
  4. Abra o ReadMe.txt no gedit e leia as instruções
    • Dica: você está usando o gedit3 (verifique a versão pelo menu do prórpio programa)
  5. Abra o gedit, habilite o plugin (conforme descrito no ReadMe.txt) e tente rodar algum comando do R
  • Você está usando uma conta de usuário comum (aluno). Porque então conseguiu instalar alguma coisa no sistema??

Instalação do Ubuntu

Antes:

Faça um backup dos seus dados!

Se você planeja instalar lado-a-lado com o Windows, terá que fazer a desfragmentação da partição

Baixar a última versão do Ubuntu (13.04 codinome Raring Ringtail)

  • Entre em http://ubuntu.c3sl.ufpr.br/releases/raring
    • Escolha a versão 32 bits para computadores antigos (com menos de 3 GB de RAM)
    • Escolha a versão 64 bits para computadores mais novos (com Windows 8 ou com mais de 3 GB de RAM)
  • Gravar a imagem (iso) em um DVD ou criar um pen-drive

Criando um pen-drive de inicialização

  • Iniciar o sistema por um pen-drive é mais rápido do que pelo DVD
  • Se for usar o Windows, é necessário baixar e instalar o Universal USB Installer
  • Se estiver usando um computador do Lab no Linux, abra o "Criador de discos de inicialização" ou usb-creator (já instalado)

Para iniciar a instalação

  • Insira o pen-drive ou DVD, reinicie e espera até carregar o sistema
    • Caso não entre, reinicie novamente e durante a inicialização aperte F12 ou Esc para escolher o dispositivo de inicialização

Mas, antes de entrar na Matrix ...

Tipos de partições

O particionamento de disco é o ato de dividir um disco rígido em múltiplas unidades, ou partições, fazendo com que cada unidade seja tratada como um disco. Isto é o que possibilita que vários sistemas operacionais sejam instalados em um mesmo disco. As partições podem ser

  • Primárias: deve haver pelo menos uma, e no máximo quatro partições primárias em um disco
  • Estendidas: só pode haver uma partição estendida, que é tratada como uma partição primária. Serve para abrigar outras partições do tipo lógicas
  • Lógicas: são as partições que residem dentro das estendidas. Devem existir pelo menos uma e no máximo 12 partições lógicas dentro de uma estendida

Tipos de partições

No Linux, as partições estão localizadas no /dev/sda (se houver mais de um disco será /dev/sdb, ...):

  • /dev/sda1 até /dev/sda4 são reservados para partições primárias
  • /dev/sda5 até /dev/sda16 são reservados para as partições lógicas

Note que uma partição estendida ocupa o lugar de uma primária

Dessa forma, se um disco possui 1 partição primária, 1 estendida, e 3 lógicas:

  • /dev/sda1 \(\rightarrow\) primária
  • /dev/sda2 \(\rightarrow\) estendida
    • /dev/sda5 \(\rightarrow\) lógica
    • /dev/sda6 \(\rightarrow\) lógica
    • /dev/sda7 \(\rightarrow\) lógica

Tipos de partições

A partição SWAP

  • A SWAP é um tipo especial de partição no Linux
  • O Linux divide a memória RAM em "pedaços" de memória, chamados de páginas
  • Quando a memória RAM fica lotada com estas páginas, o sistema usa este espaço no disco rígido (a SWAP) para armazenar este excesso de páginas ("paginação")
  • Isso faz com que o sistema não "trave" por falta de memória
  • Normalmente é recomendado criar uma partição SWAP com o dobro de tamanho da memória RAM

Sistemas de arquivos

Toda partição deve ter um sistema de arquivos

  • Um sistema de arquivos é uma forma de organização de dados, que especifica como o sistema operacional deve armazenar, ler e gravar
  • No Windows os mais usados são: fat32 e ntfs
  • No Linux existem mais opções como
    • Ext3, Ext4
    • reiserFS
    • XFS
  • O mais utilizado (e provavelmente mais estável) é o Ext4

Agora sim ...

Instalação

Etapas

  1. Rode o sistema pelo DVD ou pen-drive e vá em Experimentar Ubuntu
  2. Abra o editor de partições gparted e veja como está seu HD
    • Se for instalar lado-a-lado com o Windows, redimensione (diminua) a partição
  3. Crie as partições conforme necessário
    • Lembre dos tipos de partições existentes
    • Use Ext4 para o sistema de arquivos
    • Não esqueça da SWAP
  4. Clique no ícone para instalar o Ubuntu e siga os passos
    • Na tela Tipo de instalação selecione a opção avançada
    • Selecione a partição de instalação e clique em Change para selecionar o sistema de arquivos e o ponto de montagem (geralmente apenas o /)
  5. Preencha os dados necessários e bem vindo ao Ubuntu

Instalação

O que fazer após a instalação

Importante! 99,9% dos softwares que você precisa estão disponíveis em repositórios próprios do Ubuntu. Sempre instale os programas destes repositórios para garantir compatibilidade e segurança!

  • Abra a "Central de Programas", procure e instale o synaptic
  • O Synaptic é um gerenciador de pacotes mais eficiente e altamente recomendado para uso no lugar da "Central de Programas"

Instalação

O que fazer após a instalação

Entre nas configurações e "Programas e atualizações". Certifique-se que todas as opções da aba "Outros programas" estejam marcados

Instalação

O que fazer após a instalação

Abra o Synaptic e instale os seguintes pacotes:

  • default-jdk e icedtea-plugin para instalar Java (BB, ...)
  • chromium-browser para o Chromium
  • texlive-full para a distribuiçao $\TeX$Live completa
  • texmaker para edição dos arquivos .tex

Você pode procurar mais pacotes e instalar à medida que for necessário

Instalação

O que fazer após a instalação

Dropbox

  • O driver para o Dropbox é proprietário e não está nos repositórios do Ubuntu
  • É um dos 0,01% dos programas que precisam ser baixados e instalados separadamente
  • Entre no site do Dropbox para Linux e escolha a versão 32-bit ou 64-bit para Ubuntu
  • Você vai baixar um arquivo .deb
    • Clicando 2 vezes abrirá a "Central de Programas" e você terá a opção de instalar

Instalação

O que fazer após a instalação

R

Nos respositórios do Ubuntu ja existe o R (pacote r-base), mas sempre em uma versão mais antiga. Para instalar e manter sempre a última versão do R basta adicionar um repositório do CRAN.

  • As instruções estão na própria página do CRAN para Ubuntu
  • Você pode adicionar o repositório usando a interface gráfica
    • Entre nas configurações e clique em "Programas e atualizações"
    • Na aba "Outros programas", clique em "Adicionar" e cole o repositório conforme mostrado na página do CRAN
  • Mas é muito mais divertido fazer isso pelo terminal...

R

Para adicionar o repositório do CRAN com a última versão do R para Ubuntu, no terminal

  • Abra (com o gedit) o arquivo /etc/apt/sources.list
sudo gedit /etc/apt/sources.list &
  • Esse arquivo contém o endereço de todos os repositórios de software
  • Note o comando sudo antes do gedit
    • Como o arquivo sources.list não está no seu /home, é necessário ser um super-usuário para alterá-lo
    • O sudo (super-user do) permite que você execute apenas um comando específico como super-usuário (porque você é um sudoer no sistema)

Continua...

sudo



R

  • Dentro do /etc/apt/sources.list adicione a seguinte linha, referente ao repositório CRAN
deb http://brieger.esalq.usp.br/CRAN/bin/linux/ubuntu raring/
  • Para atualizar os pacotes (e reconhecer as novas versões)
sudo apt-get update
  • E para instalar o R (também pode ser feito pelo Synaptic agora)
sudo apt-get install r-base r-base-dev
  • Para abrir o R (no terminal)
R

Sim, o R é um programa que roda no terminal

R

Para usar o R de forma apropriada você pode escolher entre muitos editores como

Onde buscar ajuda

A comunidade Ubuntu/Linux já é muito grande e carrega o espírito do software livre de ajudar o vizinho. Por isso, uma busca no Google geralmente vai sanar suas dúvidas. Mesmo assim, se precisar perguntar, alguns lugares são

Material baseado (principalmente) em